Há duas maneiras pelas qual o cérebro adquire e armazena informações: memória de procedimento e memória declarativa. Elas divergem nos mecanismos cerebrais envolvidos e nas estruturas anatômicas.
A memória de procedimento ou memória implícita, armazena dados relacionados à aquisição de habilidades mediante a repetição, ex.: habilidades motoras e sensitivas.
A memória declarativa ou memória explícita, armazena e evoca informação de fatos e de dados levados ao nosso conhecimento através de idéias, através dos nossos sentidos e processos internos do cérebro, ex.: associação de dados, dedução e criação de idéias.
Analisando a memória quanto ao tempo de armazenamento de informações, pode-se classificá-la em memória de trabalho, memória de curto prazo e memória de longo prazo. A memória de trabalho atua no momento em que a informação está sendo adquirida, retém essa informação por segundos e a destina para ser guardada por períodos mais longos ou a descarta. Ela pode armazenar dados por via inconsciente. A memória de curto prazo trabalha com dados por algumas horas até que sejam gravados de forma definitiva. Em caso de algum tipo de agressão ao cérebro enquanto as informações estão armazenadas neste estágio da memória, ocorrerá sua perda irreparável. Enfim, a memória de longo prazo é a que retém de forma definitiva a informação, permitindo sua recuperação ou evocação. Nela estão contidos todos nossos dados autobiográficos e todo nosso conhecimento. Sua capacidade é praticamente ilimitada.
O cérebro humano está sujeito a estímulos externos através dos sentidos, a estímulos internos advindos do organismo e a estímulos de ordem emocional. Há teóricos que acreditam que o ser humano só consegue pensar porque há uma interação desses estímulos.
Com a atenção e o poder de concentração não é diferente. Assim há fatores externos ou internos que facilitam ou dificultam a atenção.
O interesse pessoal sobre determinados assunto faz com que pessoas possam quase decorar informações com uma simples e única leitura. É de conhecimento geral que quanto maior o interesse mais facilmente se aprende.
A vivência de fatos com alta carga emocional faz com que os mesmos permaneçam para sempre na memória. São os chamados fatos marcantes na vida de uma pessoa, que mesmo ocorrendo uma única vez não são jamais esquecidos.
Por outro lado, as preocupações da vida diária, a ansiedade e, em muitos casos a depressão, são fatores que turvam a atenção e, como conseqüência impedem a retenção de informações novas gerando a impressão de que “a memória está falhando”.
Esses fatores geralmente não afetam diretamente a memória, mas sim a atenção e concentração, porém quando muito intensas podem provocar alterações temporárias na memória. São os famosos “brancos” que ocorrem em situações de ansiedade intensa.
Portanto, a manutenção de efeitos estressores e a forma como lidamos com essas situações interferem até na nossa memória. Mais um excelente motivo para aplicarmos tudo o que já sabemos sobre qualidade de vida, como a terapia, a arte, ter um hobby, meditação, ressignificação, esportes, alimentação saudável, etc...
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