Venho percebendo claramente uma espécie de epidemia deste temor de perder o controle das faculdades mentais e enlouquecer diante de tanta coisa que estamos vivendo nesse último ano. Medo este que é, sem dúvida, um dos mais poderosos sintomas psicopatológicos da contemporaneidade.
A Psicanálise, que divide os seres humanos em neuróticos e psicóticos. Nessa abordagem, o “louco” seria aquele indivíduo portador de lesão nos tecidos cerebrais ou teria sofrido uma separação psíquica que daria origem às psicoses, como esquizofrenia e/ou paranoia.
Na ciência ainda não há uma exatidão de como se dá a gênese destas doenças, porém sabe-se hoje que é uma liberação exagerada da dopamina pelo cérebro que dá o início às crises agudas, podendo ser controladas com psicoterapia e medicamentos.
Essa sensação de estar ficando louco, é na verdade, e a liberação exagerada de um hormônio – responsável por nos deixar alerta contra algo coloque nossa vida em risco – Lembra do “luta ou fuga”? Pois é, o CORTISOL.
A incapacidade do cérebro de dar um significado ao evento, ao constatar a falta de um objeto real a ser temido. Já que não existe uma onça de fato correndo atrás de nós, por exemplo, isso gera um desconforto causado pelo estranho evento psíquico, e a este desconforto chamamos de crise de ansiedade ou crise de angústia.
Diante de tantas questões e poucas resoluções, percebemos a falta de sentido, e este é de longe o maior gerador de ansiedade que um ser humano pode vivenciar, independentemente do tamanho dessa sentido isto é, desde atribuir uma lógica a um sintoma até buscar um sentido para a própria existência.
Pensadores como Heidegger e sua visão ontológica do existir, Viktor Frankl e sua Logoterapia, Winnicott, Gabriel Honoré Marcel e tantos outros ressaltaram a força determinante que o sentido exerce na existência humana.
Encontrar um sentido real para a sua existência reduz bruscamente a ansiedade e o medo de enlouquecer.
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